Odeio tequila, mas adoraria ter uma garrafa dessas....
Apesar de ter criado recentemente, como uma brincadeira (bem lucrativa) a Tesla Tequila, Elon Musk ainda não produz vinhos, entretanto em janeiro passado uma das naves de sua empresa SpaceX trouxe de volta à terra, pedaços de vinhas de Cabernet Sauvignon e Merlot que cresceram por um ano na estação espacial internacional com o intuito de se observar como as vinhas se comportam em ambientes extremos e como podemos salvar nossas videiras aqui da terra de efeitos do aquecimento global.
No post dessa semana listei algumas outras inovações e formas inusitadas de se produzir vinhos aqui na nossa querida terrinha.
VINHOS DA ESTAÇÃO ESPACIAL.
Junto com aqueles pedaços de videiras que foram enviadas à Estação Espacial Internacional, a empresa de Luxemburgo, Espace Cargo Unlimited mandou também uma caixa com 12 garrafas de vinhos Bordeauxs tintos para envelhecerem por 12 meses no espaço, com a finalidade de observar quais os impactos da microgravidade e da radiação espacial no amadurecimento dos vinhos.
Uma das garrafas que voltaram da Estação Espacial Internacional.
De volta à terra, a maior parte das garrafas foram enviadas para estudos em universidades na França e na Alemanha e serão comparadas com os vinhos que foram envelhecidos aqui na Terra. As garrafas restantes foram enviadas a alguns poucos terráqueos sortudos que apoiaram a iniciativa da Start-up.
OS VINHOS DO FUNDO DO MAR.
Existe um local aqui na terra que é menos conhecido que alguns pontos do espaço sideral. O fundo do mar! Dos oceanos, para ser mais preciso, mas isso não vem ao caso agora.
Para se maturar um vinho com qualidade, visando o amaciamento de seus taninos e do desenvolvimento dos aromas, são necessárias algumas condições ambientais. Proteção da luz e temperaturas constantes e amenas são as mais importantes. Tirando a “pequena” dificuldade para entrar e sair, o fundo do mar é uma ótima adega.
Essa técnica de se envelhecer o vinho no fundo do mar, foi descoberta por acaso, quando mergulhadores resgataram garrafas de vinhos perdidas em naufrágios e descobriram que estavam intactas e com suas propriedades preservadas. Seguindo essa premissa muitos produtores passaram a envelhecer seus vinhos no fundo do mar e após comparações com vinhos que foram envelhecidos “em terra”, a qualidade foi atesta estando os “submarinos”, inclusive melhores.
Um desses produtores, foi a nossa querida Miolo, que envelheceu um lote com 500 garrafas do seu espumante Cuvée Tradition Brut por 12 meses no fundo do mar da França e sob o nome de Miolo Under the Sea, desenvolveu um produto digno de colecionadores.
AS ÂNFORAS DA ANTIGUIDADE.
Admiro muito a sabedoria dos povos antigos e as vezes inovar é remodelar técnicas ancestrais. Os tais vinhos laranjas, que ganharam bastante visibilidade recentemente, em sua grande maioria são produzidos usando técnicas de vinificação tradicionais georgianas_ os registros mais antigos do cultivo agrícola de videiras vêm desse país_, onde a estrela são as ânforas de terracota.
Nessa técnica milenar as uvas brancas são deixadas para fermentar junto com suas cascas, macerando por longos períodos, em um processo mais comum aos vinhos tintos, em tanques de argila, que são enterrados e ficam abrigados de grandes variações de temperatura e protegidos da luz. O resultado é um vinho branco com cor alaranjada, que pode variar entre o dourado e o cobre, com maior intensidade de aromas e sabores e com notas muito complexas que remetem a flores, minerais, ervas e frutas cristalizadas.
O CONTROVERSO VINHO AZUL.
Eu já tive a oportunidade de prová-lo, mas achei bem ruim, entretanto é inegável que o vinho azul causou um rebuliço enorme no mundo do vinho, sendo que sua criação, primeiro por parte de alguns empresários espanhóis e depois copiado por outros produtores, tinha exatamente esse objetivo: Trazer algo novo e inusitado para o mundo dos vinhos.
Trata-se de vinho branco comum, levemente adocicado e adicionado de corantes naturais com pigmentos extraídos das cascas das uvas tintas e flores. Pelo menos era o que diziam os produtores e é aí que começa a polêmica.
Estudos posteriores comprovaram que a adição de corantes artificiais (os produtores juravam que não) do tipo E13 não faz mal a saúde e é amplamente utilizado na indústria alimentícia, entretanto a legislação de muitos países, inclusive a nossa, proíbe a adição de corantes aos vinhos e estes ficaram presos na nossa alfandega, apesar que alguns exemplares podiam ser encontrados no "Mercado Negro". A solução para alguns produtores mais “espertinhos” foi remover a palavra vinho do rótulo e comercializar a bebida como um coquetel composto, entretanto com o passar do tempo o entendimento da Receita Federal pode mudar.
Existem outras formas inusitadas de se produzir vinhos, mas como essa newsletter já está grande demais, deixo-as para uma próxima oportunidade. Talvez essas invenções não mudem o mundo como as que estamos observando no setor espacial, mas quem sabe nos proporcionem vinhos de outros mundos...
Abaixo deixo alguns links na Amazon para vinhos produzidos de formas inusitadas:
Saúde!
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