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DEGUSTANDO SEM DESAFINAR


“Traz uma Moët Chandon, para gente estourar, traz um cabernet sauvignon e uma água sem gás”

Língua dos Anjos. Composição: Cauique Façanha / L7nnon / Rodrigo Leite.


    Quando falamos de harmonização de vinhos, o mais obvio que nos vem a cabeça é a combinação dos vinhos com alimentos, onde, quando acertada, os sabores se equilibram gerando uma experiência nova e agradável, porém degustar um vinho não se trata de somente com qual prato ele combina. Devemos pensar também na ocasião, na companhia e até com a música com o qual iremos desfrutá-lo.


    Cada um toma sua bebida, quando e onde quiser, entretanto, tente imaginar a experiência de tomar um maravilhoso Cabernet Sauvignon no meio da “pipoca” durante o carnaval de Salvador em pleno verão do Nordeste...Só acho que não vai ser uma sensação muito agradável. Mude o Cabernet Sauvignon para um Prosecco geladíssimo...Ainda não seria o ideal, acredito que uma cerveja de milho bem aguada cairia melhor, mas com certeza o espumante proporcionaria muito mais prazer do que o tinto.


    Eu sempre gostei de música, talvez influenciado por meu pai que arranhava umas notas de violão, já até me aventurei em uma bandinha de rock na adolescência tocando guitarra. Ainda bem que conheci o vinho... Sou fã de rock, mas sem cair no clichê, acabei me tornando uma pessoa bem eclética quanto a música. De eletrônica a clássica. Do pagode ao jazz, aprecio quase todos os estilos de músicas assim como no vinho.



    Nessa semana vou trazer alguns insights de como a música pode ajudar a melhorar a experiência de se degustar um bom vinho e aproveitar para apresentar alguns novos produtos que passaram a fazer parte do portfólio da Casavino aumentando as possibilidades de como podemos atender aos paladares mais “ecléticos” de nossos clientes.


VINHO EM MI MENOR


    Como já mencionado anteriormente, harmonizar vinhos com música é mais uma forma possível de se criar uma experiência multissensorial para os sentidos do paladar e da audição. Quando você combina um vinho com uma música apropriada, pode destacar os aromas e sabores do vinho e criar uma atmosfera perfeita para desfrutar de ambos.


    Aqui é importante considerar o tanto o estilo do vinho, quanto da música. Por exemplo, um vinho tinto encorpado do velho mundo combina bem com música clássica, pois ambos precisam de algum nível de concentração para se apreciar sua complexidade. Já um vinho branco fresco harmoniza melhor com música pop ou um som mais alegre por conta do espírito descontraído de ambos.


    Além disso, é importante considerar como a música afeta a percepção do vinho. Por exemplo, música alta pode suprimir os aromas e sabores do vinho, enquanto música mais suave pode destacá-los. Da mesma forma, sempre é bom considerar o ritmo e a intensidade da música, quando se pensa em combiná-la com um vinho.


    Por último, é importante lembrar que a harmonização, seja ela com comida, música ou ocasiões, nunca é uma ciência exata e todas devem ser feitas levando em conta seus próprios gostos e preferências e experiências passadas.



BALADA E ESPUMANTE


    Aqui na Casavino focamos muito nas festas de casamento. Uma festa desse tipo, normalmente, é recheada de muita variedade e extravagancias em termos de decoração, alimentos e claro músicas. Da entrada triunfante dos noivos aos sons dos trompetes, passando pelo banda até o DJ tocando muito funk, um vinho precisa ser muito versátil para embalar essa salada de frutas musical.


    E qual o tipo de vinho com versatilidade suficiente para harmonizar com essa mistura de ritmos?


    Um bom espumante carrega toda essa alegria consigo e é impossível desassociá-los das celebrações.



    Agregamos recentemente ao nosso portfólio o espumante Veuve Guillot Brut produzido pelo método Charmat e elaborado 100% com uvas Chardonnay. Passa por um envelhecimento sur lie de 6 meses antes de engarrafamento, conferindo mais aromas e estrutura. Mesmo com a extrema atenção em sua produção o resultado é um espumante fácil de beber, saboroso e alegre perfeito para embalar uma festa do começo ao fim.


LOUNGE MUSIC E ROSÉ

    Imagine um pôr do sol perto do mar, em uma tarde quente de verão em um beach club, na varanda de uma casinha ou perto da piscina e ao fundo tocando uma lounge music tranquila e sexy ao mesmo tempo. O equilíbrio entre os sabores doces e ácidos de um vinho rosé combinam muito bem com a sofisticação e a sensualidade da música.


    Essa sensualidade e sofisticação também são características do novo vinho rosé que passamos a trabalhar. O Le Perlé Rose AOP Gaillac é produzido pela fantástica vinícola Vinovalie (mesma produtora do famoso Rosé Piscine) na apellation de Gaillac no sudoeste francês, região próxima a Toulouse. Elaborado com as uvas Duras, Syrah e Merlot tem colheita noturna para manter a acidez e frescor e maceração com temperatura controlada.



    Tem um leve petillant natural que o torna super agradável. Além de uma agradável música eletrônica é perfeito para acompanhar camarão ou até carnes brancas.


A CLÁSSICA E O BORDEAUX


    A música clássica pode ser definida como aquela que se baseia principalmente na clareza, no equilíbrio, na objetividade da estrutura formal e na ausência do sentimentalismo exarcebado. Uma música que para existir necessita de muito estudo, prática e virtuosismo. Segue formas definidas e não sofre grande influência de elementos culturais populares, porém apesar de seguir formas rigorosas, a música clássica busca também evocar emoções profundas no público, seja alegria, tristeza, raiva ou outras.


    Na minha cabeça, essa descrição bate perfeitamente com algum vinho tinto do velho mundo, principalmente das regiões “clássicas”, como Toscana, Piemonte, Bordeaux ou Rioja. Esses vinhos, geralmente, são encorpados com grande complexidade dos sabores e aromas e que precisam de certa experiência para entendê-los e saborear todo seu potencial.


    O Le Haut Medoc de Clement-Pichon AOC Haut-Médoc  é o terceiro vinho do famoso Château Clement-Pichon (Cru Bourgeois Supérieur) é um Bordeaux de estirpe, com bastante corpo e elaborado com 62% Merlot, 33% Cabernet Sauvignon e 5% Cabernet Franc. Tem colheita manual e fermentação com temperatura controlada com maceração de longo período. Amadurece por 12 meses em barricas de carvalho francês e sua principal característica é a elegância a qual combina muito bem com a estrutura e a riqueza harmônica da música clássica e tomar esse vinho ouvindo um grande compositor tais como Bach, Brhams, Mendelson ou Thaikovsky é quase que uma experiência transcendental.



ROCK’N TINTO


    Para o rock’n roll e seu espírito rebelde eu recomendaria um vinho tinto do novo mundo, uma vez que esses vinhos trazem consigo a energia e a intensidade do estilo jovem e frutado, porém sem a complexidade e até certa aristocracia dos vinhos Europeus.


    Para quem não é grande fã de rock, em seus mais variados estilos, uma boa alternativa, cuja e particularmente aprecio bastante, seria degustar um bom vinho tinto do novo mundo ouvindo Jazz. Da mesma forma que esse estilo de vinho combina com a quebra de modelos do rock o improviso do jazz combina perfeita com eles.



    Um dos vinhos novos da Casavino que exemplificaria bem essa quebra de paradigmas e até certa improvisação seria o Bodegas Bórbore Buen Ano Bonarda / Malbec . Um vinho tinto produzido na Argentina e que utiliza em sua composição um blend de duas castas, sendo uma de origem italiana e uma de origem francesa que no terroir de nosso vizinho sul-americano produz um vinho encorpado, de bom teor alcoólico e que se apresenta muito frutado tanto no nariz quanto em boca, sendo essas características muito apreciadas pelo público brasileiro.


BRANCO POP


    O vinho branco, normalmente, é consumido em momentos de mais descontração. Por ser servido gelado sempre o associamos a dias mais quentes e momentos mais informais. Seja acompanhando um peixinho ou uma salada em um almoço em família ou degustando uma taça enquanto preparamos alguma refeição rápida em um dia de semana. Há aqueles mais afortunados que podem também bebê-lo a beira de uma piscina comendo um petisquinho qualquer.


    E para todos esses momentos a trilha sonora mais comum é uma música pop alegre e divertida. Quem sabe um samba, um pagodinho ou aquele música “chiclete” líder das paradas de sucesso. O frescor e a leveza do vinho combinam muito bem com a energia e o ritmo animado desses tipos de música.


    Produzido pela mesma vinícola mencionada anteriormente o Bodegas Bórbore Buen Ano Selected Vineyards Torrontés  é um branco argentino concebido com uma das uvas de aromas mais florais que encontramos aqui no Brasil. A Torrontés além de ser muito aromática também nos presenteia com um vinho muito leve, fresco e vibrante que pode ser apreciado em qualquer momento do dia ou da noite da mesma forma que cantamos uma música pop no chuveiro sem compromisso ou preocupações com o julgamento dos outros.



E você meu caro(a) leitor qual o seu estilo de música favorita? Me diga qual é que eu lhe ajudo a harmonizar com um bom vinho. Lhe garanto que será uma experiência ainda mais incrível.

Abaixo deixo os links na Amazon para alguns vinhos similares aos mencionados aqui:



Saúde e até a próxima!

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