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Diferenças entre os espumantes.

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Todo champagne é um espumante, mas nem todo espumante é um champagne! Com essa afirmação vamos falar sobre algumas diferenças básicas entre os espumantes produzidos ao redor do mundo.

Os espumantes, são vinhos onde o gás carbônico, resultante da fermentação do mosto é engarrafado junto com o líquido. Normalmente, além da fermentação normal, estes vinhos passam por uma segunda fermentação, que pode ser na garrafa (Método Champenoise) ou em grandes recipientes (Método Charmat), para que o gás carbônico seja aprisionado.

A história dos espumantes começa por acaso, quando monges beneditinos da França, no final do século XVI, engarrafaram seus vinhos antes destes completarem totalmente sua fermentação e isso fez com que as leveduras continuassem a produzir gás carbônico dentro da garrafa fazendo com que as garrafas explodissem e as rolhas pulassem e por isso esse vinho ganhou o apelido de vinho do diabo.

Com o passar do tempo, garrafas mais resistentes foram inventadas e a gaiola, que prende a rolha na garrafa, foi criada, além de novos processos para se obter a segunda fermentação e assim o Método Champenoise foi desenvolvido, tornando os vinhos da região de Champagne famosos no mundo inteiro. Nessa mesma época, os reis franceses eram coroados na mesma região e os vinhos espumantes começaram a ser utilizados nas festas da realeza, fazendo com que todo mundo quisesse ter em sua festa uma pitada da nobreza através dessa bebida.

Atualmente existem diversos espumantes feitos com esse método mundo a fora, inclusive no Brasil, mas somente os produzidos na região de Champagne, com o Método Champenoise, podem ser chamados de champagne. Um exemplo bem conhecido são as cavas espanholas, produzidas na região da Catalunha com características de aromas e sabores bem similares aos champagnes. Temos também os cremánts franceses e as franciacortas italianas.

O grande problema é que esse método é difícil, caro e demorado para se produzir um espumante, sendo assim procurou-se uma alternativa mais barata para que os espumantes se tornassem acessíveis a todos os consumidores. No início do século XX, Eugène Charmat aprimorou um método criado por um italiano, onde a segunda fermentação ocorre dentro de grandes tanques de aço inoxidável e não na garrafa barateando muito o processo de obtenção de gás carbônico e criando uma nova gama de espumantes.

O mais notável dos espumantes produzidos através desse método é o prosecco italiano. Ao contrário dos champagnes que, em geral, tem um sabor bem forte e aromas mais austeros, os proseccos são mais leves, frescos e frutados, torando-os, além de mais baratos, mais descontraídos o atraiu o público consumidor mais jovem.

Na última década, os espumantes produzidos nos Brasil, principalmente os da região da serra gaúcha, vêm ganhando notoriedade no mundo, recebendo inclusive, diversas premiações em concursos importantes. Por aqui o tipo de espumante mais notável é o feito através da uva Moscatel com o processo Asti, o qual teve origem na região homônima italiana, onde o gás carbônico é obtido através de uma única fermentação em grandes tanques de inox e retendo mais açúcar residual, dando origem à um espumante mais adocicado.

Existe ainda, uma outra categoria de vinhos chamada de frisantes. Tais vinhos, são produzidos através de uma fermentação parcial dos vinhos base o que lhes confere uma quantidade menor de gás carbônico e, normalmente, bastante açúcar residual. O mais famoso dos vinhos frisantes são os Lambruscos, da região da Emilia-Romagna na Itália e os Moscatos D’Asti.

         Com tantos nomes, é comum as pessoas se referirem à um espumante pelo nome do outro, mas agora que você já sabe as diferenças, basta descobrir qual tipo se adéqua melhor ao seu paladar ou de seus convidados.

KAYE YAMAMOTO DE OLIVEIRA

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