VINHOS
ROSÉS
Antes relegado aos
cantos esquecidos das prateleiras de supermercados e lojas especializadas, os
rosés vem ganhando o coração _ou no caso a boca_ das novas gerações de amantes
do vinho. Segundo o Conseil Interprofessionnel des Vins de Provence, a
maior associação europeia ligada a produção de vinhos rosés, o consumo desse
tipo de vinho cresceu mais de 40% na última década, puxado principalmente pelos
Millenials.
Não se sabe ao certo
onde os rosés foram inventados, mas é consenso que os vinhos da antiguidade
eram muito parecidos com nossos atuais rosés, simplesmente porque os povos
antigos não possuíam o conhecimento bem como os equipamentos para extrair uma
grande quantidade de pigmentos das cascas das uvas tintas da forma que
conseguimos atualmente.
O que dá cor para um
vinho são as antocianinas presentes nas cascas das uvas, principalmente as
tintas, mas em um vinho rosé esses pigmentos naturais estão presentes em menor
quantidade. Ao se produzir um vinho tinto, as uvas tintas são prensadas e o
líquido extraído permanece em contato com as casas, macerando por um longo período
podendo chegar há meses, enquanto fermenta. Já nos vinhos rosés essa maturação
é rápida, podendo variar de algumas horas até poucos dias.
O resultado pode variar
em uma coloração que vai de um laranja “casca de cebola” até um vermelho quase
púrpura, sendo que o vinho rosé incorpora muitas das características dos vinhos
brancos, como corpo leve e muito frescor, bem como qualidades dos vinhos tintos
como grande complexidade de aromas e sabores e parte de sua estrutura tânica,
tornando-o assim, talvez o mais versátil dentre todos os tipos de vinhos.
Além de harmonizarem
com uma variedade imensa de pratos e ingredientes, no geral, são servidos mais
frescos ou até gelados o que combina perfeitamente com o nosso clima tropical,
principalmente no verão.
Existem outras formas
para se obter um vinho rosé, muitos delas gerando um vinho de qualidade duvidosa
o que no passado contribuiu para a má fama desse tipo de vinho. Um dos
processos é o Saignée ou sangria, onde parte do líquido do mosto de uvas
tintas é removido para que as propriedades do vinho tinto possam ser
amplificadas. Esse líquido antes era descartado até que alguns produtores “descobriram”
que esse líquido poderia ser vendido como vinho “rosé” para conseguirem uma
renda extra.
Um vinho rosé pode
ainda ser produzido misturando vinhos brancos com vinhos tintos, através de uma
prensagem rápida de uvas tintas sem tempo de maturação ou ainda pelo processo
de descoloração, onde carvão ativado é utilizado para remover os pigmentos de
um vinho tinto, normalmente de qualidade ruim, para ser vendido como vinho
rosé.
Tais métodos,
atualmente são pouco utilizados e, em geral, os vinhos rosés disponíveis no
mercado tem uma qualidade incrível, sendo a França o maior produtor e os
franceses os maiores consumidores mundiais de vinhos rosés. Não por acaso a
região da Provence, com seus lindos campos de lavanda e o cinematográfico
litoral da Côte d'Azur é considerada a “Meca” dos rosés. Itália, Espanha e
Portugal também são grandes produtores e a maioria dos vinhos rosés do chamado
velho mundo, tem um estilo mais leve e floral.
Já no novo mundo, os
rosados são mais encorpados e de coloração mais intensa, destacando-se os
vinhos rosés produzidos no Chile, África do Sul, Brasil e principalmente os Norte
Americanos. Nos Estados Unidos, o qual é o segundo maior mercado consumidor desse
tipo de vinho, o rosé mais famoso é o White Zinfandel _sim, mesmo com esse nome
é um rosé _um rosado levemente adocicado, produzido na Califórnia e tomado em quantidades
cavalares pelos americanos.
Independentemente de qual
for seu estilo, se já não for um apreciador desse tipo de vinho, de uma chance a
seu paladar e busque experimentar algumas variedades. É bem provável que em
pouco tempo se torne um grande fã!
Comentários
Postar um comentário